quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

História das Sapatilhas de Ponta !

A história das sapatilhas de ponta é também a história da técnica do ballet clássico. Elas evoluíram juntas, criaram uma a outra, mas é raramente atribuído às sapatilhas de ponta o reconhecimento de impulsionar o desenvolvimento da técnica clássica. A princesa italiana Catarina de Medicis casou-se com o francês Henrique II, e introduziu o ballet na corte, para a Corte da França no século XVI. Nestas primeiras produções os bailarinos apresentavam-se mascarados e caracterizados de cortesãos, dançando dentro da corte progrediram para generosos espetáculos e composições extravagantes, das quais foi sendo feita uma classificação do vocabulário de passos que surgiam eventualmente - os mesmos passos e as mesmas posições básicas que você faz todos os dias na aula. Por volta de 1600, o rei Luis XIV especialmente, amava dançar e estrelar as produções do ballet da corte . Quando ele se tornou muito velho e gordo para se apresentar, continuou a ser um dos maiores defensores do ballet. Fundou o Académie Royale de Danse, que mais tarde se tornou o Ballet da Ópera de Paris.
O ballet teve uma vantagem política assim como Luis certamente usou seus ballets, nos quais os cortesãos se curvavam e reverenciavam-no em uma variedade de elaborados e elegantes modos, para celebrar e glorificar a ele mesmo, para associá-lo a uma divindade, e reforçar o poder do trono. Porém tratava-se de uma "jogada masculina". A bailarina, como nós sabemos, ainda não tinha entrado na existência. As mulheres realmente não podiam participar do mesmo modo que homens, em grande parte por causa de suas roupas. Os homens vestiam collants, que davam a eles maior liberdade de movimento - eles podiam saltar e bater. As mulheres tinham que usar perucas pesadas e enormes vestidos, saias cheias, pesadas e sapatos com saltos, e - não esqueça - coletes apertados que limitavam a respiração, sem mencionar ao curvar-se. Existiam, é claro, dançarinas populares, no final do século XVII e início do século XVIII, como Mme. Lafontaine, Mlle. Subligny e Marie Prévost, mas elas eram limitadas por suas fantasias. Os homens podiam fazer todos os bons passos. Para piorar a situação, como as bailarinas tinham saído dos salões de baile de palácios reais e estavam em uma etapa inicial nos teatros, as mulheres tinham que superar desaprovação da sociedade de artistas. Porém, em torno de 1730 danse haute substituiu danse basse, dançarinos foram para o ar, em lugar de só mude elegantemente de adorável pose para adorável pose, eles começaram a pular, saltar e arremessar-se. E as mulheres começaram a rebelar-se contra suas fantasias restritivas. Marie Sallé literalmente deixou seu cabelo (solto, baixo, cair) e fez roupas mais soltas para seu balé d 'action. Sua rival, Marie Ann Cupis de Camargo tirou os saltos de seus sapatos, e escandalizou ao encurtar suas melhores saias para apresentar aqueles chamativos novos passos que antes tinham sido feitos exclusivamente por homens: entrechat quatre e cabriole. O século XVIII viu um notável crescimento das bailarinas e expansão do vocabulário de ballet para incluir mais saltos e giros. Entre as outras estrelas da era eram Mlle. Lyonnais, famosa por suas gargoulliades, e Fräulein Heinel, que deslumbrou a Europa com suas piruetas múltiplas - mas em meia-ponta. Marie Taglioni freqüentemente obtém o crédito e a responsabilidade por ter sido a primeira a dançar na ponta. Mas ninguém realmente sabe com certeza. É estabelecido que em 1832 Marie Taglioni dançou La Sylphide inteiro na ponta. Mas quase certamente existiram dançarinos antes dela que subiram sobre as pontas de seus dedões do pé. É até possível que Mme. Camargo tenha feito isso cem anos antes. existem referências em contas de jornal de várias bailarinas com "dedões do pé fantásticos" ou de "caindo de seus dedões". É provável que Taglioni tenha dançado na ponta antes de La Sylphide. Mas quem quer que seja realmente a primeira, foi Taglioni que abriu caminho para o desenvolvimento e a revolução da técnica do ballet. Transformou o dedo do pé que dança, o que tinha sido meramente uma acrobacia e um tipo de truque de circo, se tornou meio de expressão artística, dramática, bem como, uma proeza técnica.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ser bailarina não é só isso !

"Usar longos corredores para treinar Grand Jetés",
"Assistir TV treinando abertura"...
Gente, ballet não é apenas isso.Ballet, nas palavras de Ana Botafogo, é mais ou menos assim:
"Amar é sentir, sentir é sofrer. Portanto, no ballet, você sente, você sofre, você ama. Então, dança".Não é só escrever clichês que ballet é fazer foundues durante conversas! É ser antenada na coisa, descobrir os melhores, os piores, os próximos espetáculos, decidir a sua opnião. É escrever, conversar, assistir, treinar, ensaiar, ouvir.É viver, respirar, comer, dormir com ballet na cabeça.

Entrevista com Ana Botafogo por Renata Marucci



Depois de 24 anos de carreira, mais de 20 deles como primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Ana Botafogo conta um pouco de sua trajetória - da decisão de ser bailarina até a realização do sonho de ser a número um.


Renata Morucci - Como o "ballet" entrou para a sua vida?
Ana Botafogo - Comecei a estudar "ballet" aos 7 anos, no mesmo conservatório em que estudava música, no Rio de Janeiro. Aos 11 anos, ingressei na academia de dança da bailarina Leda Iuqui. Desde então, sempre sonhei em ser bailarina, porém achava muito difícil e distante de mim. Ainda assim, não pensava e nem queria parar de dançar.

Renata Morucci - Quando começou a dançar profissionalmente?
Ana Botafogo - Estudei na academia da Leda até os 17 anos e parei quando decidi ir para a França, estudar francês e talvez, "ballet". Mas depois de dois meses e meio na França consegui meu primeiro contrato profissional. Passei a fazer parte do Ballet de Marseille, dirigido por Roland Petit. Esse foi um período bastante rico. Amadureci, porque estava em um lugar muito diferente da minha casa e a comunicação com o Brasil era difícil. Eu era extremamente tímida e por necessidade, me tornei mais segura e mais descontraída. Aprendi muito mais sobre dança. Era uma companhia pequena, mas de muito bons profissionais. Foi nessa época que tive certeza de que queria fazer aquilo para o resto da minha vida. Fiquei dois anos dançando na França e depois, mais seis meses na Inglaterra, em Londres. Mas como não consegui visto de trabalho para ficar na Inglaterra, achei que era hora de voltar para o Brasil.

Renata Morucci - Sua volta para o Brasil foi como você imaginava?
Ana Botafogo - Cheguei aqui cheia de vontade e com o sonho de entrar para o Teatro Municipal. Mas a dança estava meio em baixa no Brasil e o Municipal do Rio de Janeiro, em reforma. Precisei segurar a ansiedade. Para minha sorte, surgiu o convite para trabalhar no corpo de "ballet" do Teatro Guaíra, em Curitiba, como primeira bailarina do Teatro. Foi uma época ótima. Minha primeira aparição profissional no Rio de Janeiro foi com o "ballet" do Teatro Guaíra, com o espetáculo "Gisele".

Renata Morucci - Em 1981 você entrou para o corpo de dança do Teatro Municipal do Rio de Janeiro já como primeira bailarina. Isso é comum?
Ana Botafogo - De fato, não é muito comum, mas já conheciam meu trabalho e sabiam da minha trajetória, de todo o meu esforço e por isso me aprovaram. Minha estréia como primeira bailarina aconteceu no espetáculo Coppélia, o qual já refiz muitas outras vezes durante esses 20 anos de Municipal, incluindo apresentações internacionais. Nesses 20 anos, participei de todas as temporadas de "ballet" clássicas e de algumas de "ballet" contemporâneo.

Renata Morucci - Nunca pensou em fazer outra coisa que não fosse dançar?
Ana Botafogo - Antes de ir para a Europa, comecei a cursar a Faculdade de Letras. Tranquei para viajar, tentei voltar ao curso algumas vezes, mas foi inviável. Ainda gostaria de terminar a faculdade, mas por enquanto está impossível, até porque a dança é minha prioridade.

Renata Morucci - É muito complicado conciliar a dança com outras atividades?
Ana Botafogo - É sim. Além de viagens, a rotina é bastante puxada. Antes, entre aulas e ensaios, nossa carga horária era de 8 horas. Hoje, temos 6 horas de carga horária, sendo 1h30 de aula e durante o dia acontecem diversos ensaios. Nem sempre todos os bailarinos participam de todos os ensaios. Quando acontece de ter um horário livre, aproveito para tocar projetos pessoais. Tenho que ensaiar projetos completamente diferentes na mesma época, então qualquer tempo disponível se torna uma benção.

Renata Morucci- Como você avalia o mercado de trabalho para os bailarinos?
Ana Botafogo - A vida de bailarino é bastante complicada, principalmente porque não há campo de trabalho suficiente para absorver a quantidade de profissionais competentes que temos no país. Imagine então os bailarinos em potencial! Hoje a situação é muito melhor do que há 20 anos - o próprio corpo de dança em que atuo aumentou o número de componentes de 15 para 115 bailarinos - mas ainda é difícil. Até hoje, existem apenas 6 companhias oficiais de "ballet" clássico. Várias companhias privadas de dança contemporânea foram fundadas, mas poucas são reconhecidas, como é o caso do tradicional Ballet Stagium, Grupo Corpo, Cisne Negro e da moderna Débora Kolcker.

Renata Morucci - O que é preciso para ser um bom bailarino?
Ana Botafogo - Muito estudo, dedicação, disciplina, perseverança - porque em muitos momentos o trabalho é repetitivo - e ter muita determinação para vencer. Resumindo, muito suor, às vezes lágrimas e muito trabalho. Nem nas férias é possível parar. Eu diminuo a carga horária, mas é impossível parar. Por causa de tanta dificuldade, tem muita gente que entra, às vezes até mesmo para uma companhia oficial, e desiste.

Renata Morucci - E dá para viver da dança?
Ana Botafogo - É muito duro, mas é possível. Embora poucas pessoas consigam viver dignamente da dança. Mas há outras possibilidades como dar aula de dança e coreografar espetáculos. Nesses casos, pode ser bem interessante cursar uma faculdade de dança, para adquirir embasamento teórico e boas noções sobre o corpo humano.

Renata Morucci - Você já tem tudo o que quer? É uma mulher de sucesso?
Ana Botafogo - Ainda não me considero uma mulher de sucesso. Acredito que tenho uma carreira bem sucedida e reconhecida. Mas não tenho essa sensação nem a pretensão de acreditar que já realizei tudo o que podia e queria. Ainda falta, sempre falta. Continuo estudando e investindo em mim. Acho que o bailarino nunca pára de investir nele. E comigo vai ser assim até o dia em que eu parar de dançar.

Renata Morucci- Quais são seus projetos?
Ana Botafogo - No momento estou ensaiando "A Megera Domada", que está com a estréia prevista para o dia 17 de maio próximo. Era um sonho fazer esse espetáculo porque é bastante diferente de tudo o que já fiz. Além disso, pretendo viajar por todo o Brasil com o espetáculo "Três Momentos do Amor". Esse espetáculo foi concebido por mim e pela pianista Lilian Barreto. Já fizemos 10 apresentações em Brasília e fomos muito bem recebidas pelo público. São seis músicos no palco, eu e dois bailarinos. É algo que me dá muito prazer e estou me esforçando para que realmente dê certo.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

" Bailarina tem que melhorar em tudo sempre "
(Ana Botafogo)


Entrevista com Priscilla Yokoi por Rosito di Carmini

Priscilla Yokoi, jovem bailarina brasileira,que começou suas aulas de ballet aos 2 anos de idade, ganhadora de prêmios em Nova Iorque, Lausanne e Nagoia, aos 19 anos esteve como primeira bailarina convidada na abertura da temporada 2003 do Ballet de Santiago no papel de Kitri, em "Dom Quixote".

Rosito di Carmini - Como foi tua experiência como bailarina convidada do Ballet de Santiago?



Priscilla Yokoi - Foi uma experiência única em termos de aprendizado; daquilo que aprendi com os maîtres, com Luis (Ortigoza), com a companhia; o que eles puderam me passar foi uma coisa completamente nova para mim, foi maravilhoso, não tenho nem palavras.
Rosito - Como tu definirias "Kitri"?

Priscilla - Gosto muito de interpretá-la porque ela é muito esperta, muito inteligente, e ao mesmo tempo que ela é jovem, sabe como seduzir Basilio, e sabe como convencer a seu pai de que Basilio é o melhor para ela, por mais que seu pai não o aceite nem goste. O que me atrai em Kitri é sua espontaneidade.

Rosito - Como foi para uma bailarina tão jovem como tu, ter um partenaire tão experiente como Luis Ortigoza?

Priscilla - Eu já dancei com Lazaro Careño, Tiago Suares e muitos outros primeiros bailarinos, mas Luis é muito especial; assim que foi muito lindo para mim, foi uma experiência nova, e realmente ele é uma estrela. Eu não esperava que ele fosse tão atencioso, tão carinhoso, o que não é normal no ambiente da dança.

Rosito - Como foi tua relação com os bailarinos durante o período de ensaios?

Priscilla - Excelente, tive boa recepção..., boa não, ótima, maravilhosa.

Rosito - Será que esta experiência te despertou interesse em integrar a companhia estável de algum teatro? E qual seria?

Priscilla - Esta é uma excelente companhia, teria prazer de pertencer a ela, gostei da carga horária de oito horas por dia em lugar de seis como no Brasil, mas eu não sei se viria. Não sei se deixaria o Brasil tão cedo, mas quando o fizer será para o American Ballet ou o Ballet de Santiago.

Rosito - Como te sentistes com as aulas que fizestes com a Companhia aqui no Chile?

Priscilla - Foram de extrema importância, porque comecei a notar a diferença do físico das bailarinas, até falei com uma das professoras a respeito da mudança do meu físico, coisa que eu venho trabalhando faz tempo.
Rosito - Quais são teus próximos planos?

Priscilla - Volto para a Companhia em São Paulo e em seguida vou ter uma apresentação em Goiânia e depois dançarei Giselle em Belém, Fortaleza e Recife e Paquita só em Belém. Esta nova companhia que foi formada em São Paulo está com projetos muito interessantes, entre eles a abertura de um espetáculo de Julio Bocca em São Paulo. Tenho muitas apresentações agendadas, viagens marcadas, muita coisa sozinha, mas também muitos compromissos com a companhia. Isto está sendo muito bom.

Rosito - Qual é teu conselho para as bailarinas de tua geração?

Priscilla - Determinação, força de vontade, não desistir de nenhuma maneira e ter fé em si mesmo; dificuldades sempre vamos encontrar. Mas não há que dar-se por vencido em nenhum momento. Muita fé, eu creio que é isso.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

aêe .

Bom com atrasos na postagem por motivos de problemas no blog mais aqui esta,
Festival de dança Black White foi maravilhoso.
Agradeço a Deus em primeiro lugar e depois a todos os que estavam presentes .
Agora em Rechã dia 19-12-09 :D