Oi, meu nome é Ivan Sehnem Duarte, sou bailarino da Cia. Brasileira de Ballet, vim aqui falar um pouquinho sobre ballet, sobre mim e a minha história.Todos nós conhecemos os dilemas da dança com os homens, e não foi diferente comigo, eu nunca gostei de ballet clássico, antes de dançar passei pelo vôlei, handebol, futsal, judô, natação, atletismo, canto, teatro e aí sim fui iniciar algo que me completaria, comecei a dançar no colégio ( dança de rua e jazz ) não era o único menino, pois dançávamos muito hip-hop um gênero de dança que não tem muito preconceito, fomos dançar em um festival na minha pequena cidade, uma professora de ballet me viu, e se interessou pelo fato de que eu tinha facilidade de movimentação e flexibilidade, um pouco depois de me apresentar ela me ofereceu uma bolsa, sem consciência do que era, e com conceitos e pensamentos impostos pela sociedade a minha primeira reação foi de rejeição, eu literalmente não queria, conversei com meus pais, minha mãe até me incentivou a ir, mas meu pai... como sempre tive mais intimidade e liberdade com minha mãe segui seu conselho, fui experimentar, pois tinha pessoas conhecidas lá, na minha primeira aula foi tudo muito divertido e engraçado, como me enturmei, fui ficando e logo já estava fazendo todas as aulas, o conhecimento do lugar já estava ficando pequeno ao lado a minha curiosidade em saber mais, comecei a pesquisar na internet, em livros, biografias,tudo do assunto, mas quando conheci os repertórios e vi que ballet não era só aquilo, e fui me apaixonando cada vez mais, até meu pai que queria que eu fosse jogador de futebol se interessou, no Festival de Joinville que acontece todo mês de julho fiquei encantado com o trabalho de uma escola, o Conservatório Brasileiro de Dança, que promovia no verão um curso de férias, dali em diante fiz de tudo para convencer meus pais a deixarem eu ir para o Rio de Janeiro, mas na época com 15 anos, eles jamais iriam deixar, no último bimestre surge uma menina no meu colégio, uma aluna nova chamada Juliana, e o melhor ela era carioca, de cara ficamos amigos, e ela me ofereceu pra eu ficar na casa do pai dela no Rio já que ela ia passar as férias lá, assim meus pais deixaram, no segundo dia de curso recebi bolsa e acabei ficando. Moro no Rio há dois anos, hoje já estou na Cia, já passei por inúmeras dificuldades, tanto financeiras como emocionais, psicológicas, muitos amigos me deixaram de lado, mas ganhei muito novos amigos maravilhosos, desde o início eu sabia que não seria fácil, até hoje não é, é até pior, (a gente sua não é galera!), aulas e aulas, cansaço, horas de sono perdidas, conciliar com a escola, cumprir todas as exigências, saudades da família; de casa; dos amigos, insatisfação, a busca da perfeição, todo esse sofrimento se torna garra para alcançarmos nossos objetivos e não desistirmos dos nossos sonhos, a dança nos chama, os palcos nos chamam, e não existe prazer maior do que entrar no palco e sair satisfeito, contente consigo mesmo e ser aplaudido de pé, ser valorizado, reconhecido pelo artista que você é, no país em que vivemos a nossa vida de artista é triste, por essa causa todos almejam ir para o exterior e com razão, o Brasil ainda tem muito a crescer culturalmente para que seus bailarinos queiram permanecer aqui, espero que um dia isso mude.Só pra finalizar eu quero deixar um recado para todos os garotos que estão lendo isso, não se intimidem vão atrás dos seus sonhos, aos que tem medo de começar, analise bem quem está a sua volta, quem realmente gosta de você não vai te abandonar pelo o que você faz ou deixa de fazer, ou o que é ou deixa de ser, e aos preconceituosos , eu já tive essa visão, vocês já pararam para pensar por que pensam assim? Veja com seus próprios olhos, conheçam, e aí sim tirem suas conclusões.
Lembrando que Ivan tem 17 anos hoje e é natural da cidade de tubarão-SC
ResponderExcluirNossa a minha história começa bem por ia e para min as pessoas que olham com um olhar de preconceito não passam de invejosas e eu acredito no meu potencial.
ResponderExcluirEu amei a história dele, e concordo com o Leandro as pessoas tem inveja, elas deviam olhar mais pra si mesmo e ver que cada um tem a sua escolha (:
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